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CDH do Senado propõe projeto de lei para mudança do regime trabalhista nas autarquias

CDH do Senado propõe projeto de lei para mudança do regime trabalhista nas autarquias

CDH do Senado propõe projeto de lei para mudança do regime trabalhista nas autarquiasA presidente da Comissão de Direitos Humanos do Senado Federal - CDH, senadora Ana Rita (PT-ES), formou um grupo especial, composto por parlamentares e representantes dos funcionários e gestores dos conselhos de fiscalização profissional , com o apoio do Tribunal de Contas da União (TCU), do Ministério Público Federal (MPF), da Advocacia-Geral da União (AGU) e do Ministério do Planejamento, para auxiliar na elaboração de um projeto de lei que trate da mudança de regime dos trabalhadores das autarquias, da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) para o Regime Jurídico Único. A iniciativa de uma lei com essa finalidade cabe à Presidência da República, já que seriam criados cargos e definidas remunerações.

Os entraves e as possíveis formas de efetivação dessa mudança foram discutidos em audiência pública da Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa (CDH), no dia 3/09, no Senado Federal. A presidenta da Fenasera, Inês Granada Pedro (foto, ao centro), foi convidada a compor a mesa juntamente com o presidente do Sindiscose, Jefferson Santos, o secretário-geral da Central Única dos Trabalhadores do Distrito Federal, Douglas de Almeida Cunha, o presidente da Câmara dos Conselhos de Fiscalização, José Augusto Viana, a deputada Ana Lúcia Menezes (PT-SE) e representantes do Tribunal de Contas da União e Procuradoria Geral da União.

Inês Granada Pedro lembrou que o Superior Tribunal de Justiça (STJ) tem decisão favorável à mudança no regime, mas ainda em fase de embargos. Segundo ela, as autarquias de fiscalização profissional são um braço administrativo do governo desde sua instituição. Para a presidenta da Fenasera, a decisão jurídica, ainda que não tenha transitado em julgado, deixa evidente que o regime deve ser o estatutário. “Precisamos agora combinar forças para que o cenário seja adequado aos trabalhadores, se preserve a autonomia dos conselhos e se cumpram as determinações do Tribunal de Contas da União”, declarou.

Também há decisão semelhante garantindo a chamada transposição dos servidores do Conselho Regional de Enfermagem do Ceará para o RJU. Na prática, porém, o processo não pode ser concluído pela dificuldade de definir o regime previdenciário e os cargos e remunerações para cada funcionário. Este é o posicionamento do grupo especial do Ministério Público Federal destinado a analisar a questão. Sobre a transposição, são mais de 20 ações civis públicas. Para o procurador regional da República da 1ª Região, Alexandre Amaral Gavronski, que integra o grupo, a judicialização não é o meio mais acertado para pleitear a mudança, já que a justiça não consegue detalhar como o processo deve ser feito. "O caminho é a edição de uma lei. É uma discussão política, feita no Parlamento com direta participação dos interessados”, disse.

Para José Augusto Viana Neto, do Fórum dos Conselhos Federais e presidente do Conselho Regional de Corretores de Imóveis da 2ª Região, os conselhos defendem o interesse da sociedade ao reprimir faltas ético-disciplinares. A adoção do Regime Jurídico Único poderia, a seu ver, afetar a autonomia dos profissionais. Segundo Douglas de Almeida Cunha, representante da CUT, cerca de 23 mil funcionários devem passar pela troca de regime, ao custo de R$ 65 milhões por ano. Os conselhos arrecadaram, em 2011, cerca de R$ 1,8 bilhão. O presidente do Sindiscose, Jefferson Santos, lembrou que o Estado gasta R$ 368 milhões com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e R$ 177 milhões com a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), enquanto somente o Conselho Federal de Medicina (CFM) arrecada R$ 298 milhões.

Clique aqui e confira a íntegra da audiência pública da CDH, realizada no dia 3/09.

Fonte: Agência Senado

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