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No mês das Mulheres, Nossa homenagem às lideres quilombolas

No mês das Mulheres, Nossa homenagem às lideres quilombolas

No mês das mulheres, muito se fala sobre as 129 operárias que morreram queimadas pela força policial, numa fábrica têxtil, em Nova York, porque ousaram reivindicar redução do horário de sua jornada de trabalho, de mais de 16 horas/dia, para 10 horas. Essas mulheres, sem dúvida, são o símbolo maior das lutas e conquistas na qual o movimento feminista ajudou a escrever uma página importante da história. Mas aqui no Brasil, temos líderes femininas igualmente importantes para comunidades enormes, mas que, provavelmente, nunca ouvimos falar.

Essa ausência de conhecimento é um problema profundo no Brasil. Não aprendemos que mulheres negras foram capazes de conquistas admiráveis ou que lutaram bravamente, até mesmo em guerras contra a escravidão. Como parte de uma tentativa de espalhar informação sobre as histórias de grandes mulheres negras, a cordelista e escritora Jarid Arrases lançou cordéis biográficos que contam as trajetórias e conquistas de líderes quilombolas, como Tereza de Benguela, por exemplo, que recentemente se tornou símbolo nacional, quando o dia 25 de julho foi oficializado como o Dia de Tereza de Benguela.

"Rainha Tereza", como ficou conhecida em seu tempo, viveu na década de XVIII no Vale do Guaporé, no Mato Grosso. Ela liderou o Quilombo de Quariterê após a morte de seu companheiro, José Piolho, morto por soldados. Segundo documentos da época, o lugar abrigava mais de 100 pessoas, com aproximadamente 79 negros e 30 índios. O quilombo resistiu da década de 1730 ao final do século. Tereza foi morta após ser capturada por soldados em 1770.

Nos cordéis de Jarid Arraes, há ainda a história de Zeferina, líder do quilombo de Urubu, localizado nas imediações da lagoa do Orobu em Cajazeiras, na cidade de Salvador. Anastácia, uma escrava que até hoje é cultuada como santa, Maria Felipa, líder nas batalhas pela independência da Bahia, e Antonieta de Barros, a primeira deputada negra do Brasil.

Consciente desta realidade perversa imposta especialmente às mulheres negras, a Fenasera, que sempre defendeu a igualdade social, acredita que é trazendo à tona a memória de mulheres negras guerreiras, possam ser eliminadas grandes injustiças históricas.

Tereza Benguela
Tereza Benguela
Zeferina
Zeferina
Anastacia
Anastacia
Antonieta
Antonieta
Maria Felipa
Maria Felipa

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