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Redução no salário mínimo é descompromisso do governo com o povo

REDUÇÃO NO SALÁRIO MÍNIMO É DESCOMPROMISSO DO GOVERNO COM O POVO

No primeiro dia de 2018 o trabalhador e a trabalhadora tiveram, mais uma vez, direitos conquistados usurpados. O reajuste de 1,81% do salário mínimo é o menor aumento dos últimos 24 anos, desde a criação do Plano Real.  O valor passará dos atuais R$ 937 para R$ 954. Para o presidente da CUT, Vagner, Freitas, a redução do salário mínimo é mais um “descompromisso do governo com os trabalhadores e com a população mais carente do Brasil”. Essa decisão vai “prejudicar ainda mais os aposentados e pensionistas caso a reforma da Previdência, que está prevista para ser votada no dia 19 de fevereiro, seja aprovada pelo Congresso Nacional.
 
   A CUT alertou que a medida de Temer penaliza a classe trabalhadora com a redução da renda. Segundo o Dieese, o reajuste é o menor já registrado desde 1999, quando o valor teve um incremento de 5,79%. O cálculo do reajuste, regulamentado em lei, leva em conta o crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) de dois anos antes (no caso, o de 2016, que foi negativo em 3,6% e, por conta disso, desconsiderado), mais o INPC apurado no ano anterior. O governo acabou utilizando como referência o acumulado entre janeiro e novembro, que ficou em 1,81%.
 
   Para o economista técnico do Dieese, Ilmar Ferreira Silva, o valor do salário mínimo deveria ser de R$ 3.731,39 “para suprir um trabalhador e sua família com alimentação, moradia e saúde”. No cálculo do Dieese, cada real de aumento tem um impacto de R$ 302,1 milhões por ano na folha da Previdência. O aumento dado, de R$ 17,00, representaria um gasto adicional de R$ 5,1 bilhões ao governo em 2018.
 
   Em 1994, no início do Plano Real, o valor necessário do mínimo, calculado pelo Dieese, era nove vezes superior ao oficial (R$ 590 a R$ 64). No governo Fernando Henrique essa diferença entre oficial e necessário oscilou de sete a oito vezes. Ainda na gestão do tucano um trabalhador que recebia salário mínimo chegou a precisar trabalhar 11 meses para alcançar o valor exigido pela lei.
 
   Foi a partir de 2003, no governo do ex-presidente Lula, que essa diferença passou a ser reduzida de maneira mais definida, chegando a seu melhor patamar em janeiro de 2014, final do primeiro mandato da presidenta Dilma Rousseff, quando o mínimo era de R$ 724 e o necessário exigido por lei, R$ 3.118,00 (3,5 vezes mais). Foi a partir de 2004 (no governo Lula) que houve uma grande recuperação do salário mínimo.
Fonte: CUT

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